quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Você conhece o livro ENSINO RELIGIOSO NO BRASIL ? É um e-book que você poderá acessar gratuitamente e salvar no seu computador -



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https://www.editorachampagnat.pucpr.br/eboo

Qual é o futuro das religiões no Brasil?


     Cada pessoa vai organizar a sua religiosidade em um cenário multiforme, com menos doutrinas e mais experiências emotivas? Cada religião vai reforçar sua ortodoxia e lutar por espaço político, defendendo o moralismo sob influência de potências culturais mundiais? As religiões e espiritualidades vão disputar o mercado cultural na televisão e na internet, apelando até para mensagens apocalípticas? Todas as religiões vão convergir para uma espiritualidade ecológica e de nova consciência global?
    São tendências das religiões pelo mundo, mas o Brasil, com sua multiculturalidade, é um dos melhores laboratórios de ensaio do futuro da religiosidade. Em tempos de modernidade globalizada, com grandes possibilidades tecnológicas e enormes dificuldades de relações entre grupos humanos e destes com a natureza, as pessoas tendem a ficar mais egoístas, no sentido de ouvir mais a própria intuição. Paradoxalmente, isso leva à busca por uma espiritualidade maior e uma melhor compreensão do significado da vida, o que pode inclusive redefinir e ampliar os nossos limites éticos.
     Será, então, que vamos assistir à ascensão de um “Deus Verde” planetário e de uma “Nova Consciência” espiritual? Ou, ao invés, as crises culturais e econômicas que atravessam o planeta, levarão também no Brasil a uma politização de ortodoxias moralistas e sob pressão de superpotências mundiais? Para aprofundar essas questões, acontecerá no Recife, nas dependências da Universidade Católica de Pernambuco, de 4 a 6 de setembro de 2013, o IV Congresso Nacional da ANPTECRE – Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião, que vai se perguntar sobre “O futuro das religiões no Brasil”.
http://www.unicap.br

Compreender e exercitar a Alteridade



Curitiba de sotaques diversos, do polonês, ucraniano ,alemão, português, italiano, do nordestino ao sulino ,do pé vermelho ao nativo panaguara, intenso sentimento  de pertencimento á terra, da arquitetura que  traduz o novo e o velho,  passado e presente juntos num mesmo espaço geográfico, com possibilidades futuristas ,pessoas de hábitos diferentes vivendo no mesmo território.
Aqui não reflete apenas o cinza dos dias frios com neblina,  nos rostos curitibanos  de suas inúmeras etnias esta o encontro de misturas de raças, credos e religiões diversas. Cores que não traduzem em jardins, praças, parques, mas que motiva o cidadão curitibano a mostrar a sua arte pela música, pela dança, através do teatro, nos cafés culturais, livrarias, redes sociais, eventos , festivais ao longo decorrer do ano.
Curitiba, ora movimento, impulsividade, ora calmaria, silêncio entrecortado pelo canto de uma sábia que insiste no seu piar ou aquele João  de Barro em qualquer canto de uma das várias ruas arborizadas. Aquele  que acorda cedo para trabalhar ou aquele que na madrugada começa o seu trabalho ,rotinas diferentes que levam ao único objetivo: O VIVER!
Como não exercitar aqui, o senso de Alteridade, para com toda essa diversidade étnica, religiosa, de gênero, cultura ou mesmo a diversidade das pessoas deficientes que aqui circundam, trabalham, estudam, pensam, divertem e sonham como quaisquer outras que aqui vivem?
Somos curitibanos, não genuínos!    Em pouco tempo a vida nos tornou com sentimento de pertencimento á essa cidade e com ela a responsabilidade social do nosso universo religioso pluralista. Uma responsabilidade que requer que compreendamos , tenhamos a capacidade mais complexa de exercitar a Alteridade que segundo  Elisabeth Jelin - Cidadania e Alteridade: o reconhecimento da pluralidade “Alteridade seria, portanto, a capacidade de conviver com o diferente, de se proporcionar um olhar interior a partir das diferenças. Significa que eu reconheço “o outro” também como sujeito de iguais direitos, É exatamente essa constatação das diferenças que gera a alteridade.”

Matheus Kreling e Eliane Clara Pepino

Alteridade



Aquilo que fica restrito ao âmbito da indulgência, da política e da religião segundo os dicionaristas, pode se expressar amplificadamente ao universo cultural e social através de um vocábulo relativamente recente: “alteridade".
“Tentar compreender a alteridade, isto é, a relação com os/as outros/as, é um tema candente no cenário internacional contemporâneo. A xenofobia e o racismo, as guerras étnicas, o preconceito e os estigmas, a segregação e a discriminação baseadas na raça, na etnia, no gênero, na idade ou na classe social são todos fenômenos amplamente disseminados no mundo, e que implicam em altos graus de violência. Todos eles são manifestações de não reconhecimento dos/das outros/as como seres humanos cabais, com os mesmos direitos que os nossos.”
(Elisabeth Jelin - Cidadania e Alteridade: o reconhecimento da pluralidade)
Alteridade seria, portanto, a capacidade de conviver com o diferente, de se proporcionar um olhar interior a partir das diferenças. Significa que eu reconheço “o outro” também como sujeito de iguais direitos, É exatamente essa constatação das diferenças que gera a alteridade.
Os indivíduos têm sido continuamente condicionados a manter-se extremamente fixados na valorização das suas diferenças individuais: força, inteligência, raça, gênero, poder etc.
No sentido inverso à alteridade, a intolerância busca uma “solução”, de preferência imediata, para um problema e não um tratamento permanente, um caminho a ser seguido, principalmente com vistas a evitar sua repetição no futuro.
A intolerância, geralmente pela incapacidade de perceber o universo de inter-relações sociais e culturais determinantes de uma dada situação, exige um culpado para satisfazer um erro.
“0 espírito de intolerância deve estar apoiado em razões muito más, já que por toda parte busca os menores pretextos.”
(Voltaire - Tratado Sobre a Tolerância)
O “não” é um vocábulo absoluto, sempre objetivo e peremptório, que exclui maiores interpretações. Ao contrário, o “sim” é uma abertura para o manejo de uma idéia. para a prática de uma relação.
“Como a simplicidade é a virtude dos sábios e a sabedoria, dos santos, assim a tolerância é sabedoria e virtude para aqueles que – todos nós – não são uma coisa nem outra.”
(André Comte-Sponville – Pequeno Tratado das Grandes Virtudes)