quinta-feira, 17 de julho de 2014

Entrevista Hypeness: Fotógrafo registra a essência dos povos indígenas do sul do Amazonas

Gabriel Ivan nasceu no Porto Velho, Rondônia, e achava que a sua vida profissional passaria pela educação física, disciplina que cursou até ao quinto ano, altura em que percebeu “que não seria feliz”. Foi aí que decidiu fazer de uma brincadeira, que começou aos 15 anos, quando a mãe lhe ofereceu uma câmera boliviana, a sua verdadeira forma de vida. Hoje é fotógrafo profissional e autor de um dos registros mais intensos das etnias indígenas do sul do Amazonas.
A história de Gabriel na rodovia Transamazônica começa com o caso que abalou a região no final de 2013 e início deste ano. Cinco índios da etnia Tenharim foram acusados do assassinato de três homens não-indígenas desaparecidos no local, alegadamente por vingança pela morte do cacique Ivan Tenharim. No entanto, a tensão na região não é nova e vem desde a construção da rodovia, proclamada como um sinal de progresso do Brasil na década de 70, e que atravessa a terra habitada pelo povo Tenharim.
A ferida aberta nessa época jamais foi sarada e a recente morte dos três homens, quando atravessavam a reserva Tenharim na Transamazônica, reacendeu o rastilho. Os ataques aos indígenas se sucederam, com casas destruídas e famílias obrigadas a procurar refúgio fora das suas terras.
A convite da Mídia Ninja, Gabriel Ivan fez quatro viagens até Humaitá, que resultaram em um contato direto com as pessoas e com “a diversidade presente na região: todos os costumes, as crenças e as múltiplas habilidades dos indígenas”. O Hypeness foi falar com ele sobre o projeto, a vida destes povos e os desafios que eles enfrentam. Venha conhecer “A Última Trincheira”.
Hypeness (H) – Qual foi o maior desafio de fotografar no sul do Amazonas?
Gabriel Ivan (GI) – O maior desafio na região foi a resistência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que transitava e se fazia presente em todos os pontos da Transamazônica, por conta das investigações realizadas naquele momento. Não tive nenhum problema em fotografar dentro das aldeias, pelo contrário, fui sempre muito bem recebido em todas pelas quais transitei. Chegamos a dormir, tomar banho e se alimentar em algumas delas, especialmente as aldeias dos Tenharim Marmelo e Trairí.
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(H) – A ideia era retratar a realidade em que os Tenharim vivem, para lá do conflito?
(GI) – Sim, eu busquei a todo o instante retratar o cotidiano no qual eles vivem, porém o clima naquele momento era outro, diria diferente. Muitos ainda sofriam com o trauma das invasões (especialmente as crianças), alguns ainda estavam doentes ou machucadas, por conta de terem se jogado na floresta no momento dos ataques. Eu precisava retratar isso, mas tinha consciência de que deveria existir uma linha tênue neste processo. Os Tenharim são uma etnia extremamente sorridente, alegre e simpática, e eu também tinha obrigação de transpor isso, independente do momento ali vivido.
O meu maior objetivo em fotografar essas duas etnias era a ânsia de poder retratar uma das culturas mais lindas e exóticas que existe em nosso país e que, na maioria das vezes, não é vista ou exposta. Existe um Brasil profundo nas bordas dessa imensidão – as aldeias no sul do Amazonas são uma confirmação disso.
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(H) – O que mais o impressiona nesse Brasil profundo?
(GI) – Sem sombra de dúvidas, a diversidade, todos os costumes, crenças e as múltiplas habilidades dos indígenas.
(H) – Como gostaria que essas pessoas fossem vistas?
(GI) – Gostaria que elas fossem respeitadas de fato como pioneiras, como ‘pastoras’ daquela terra. Todas as etnias existentes no sul do Amazonas resistem, ano após ano, ao avanço dos madeireiros e dos fazendeiros. A última trincheira resiste com braveza. O Governo Brasileiro deve olhar com mais carinho para eles.
(H) – De que forma você encara o conflito e a cultura anti-indígena que se vive na região? Sentiu isso nas viagens para Humaitá?
(GI) – O conflito foi o estouro de uma bomba-relógio. Podemos dizer que o estouro dessa bomba era uma questão de tempo. Não é de hoje que homens brancos ameaçam e desrespeitam os índios na região. Após alguns diálogos com eles, descobri que isso já se estende por mais de 6 anos, desde o início da tão questionável ‘compensação’ (ou, simplesmente, pedágio) imposta pelos índios na Transamazônica. A cultura anti-indígena não existe somente no Amazonas, e sim em todo o País, infelizmente. Como exemplo, podemos assinalar os índios maranhenses e os índios de Mato Grosso, etnias que lutam e resistem até hoje por imposições do governo, do povo e da má formação de história cultural brasileira que hoje temos nas escolas e em nossos lares.
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(H) – Como se deu o contato com a outra etnia que fotografou, os índios Pirahã?
(GI) – Foi curiosa a forma como nos cruzamos com os índios Pirahã. Estávamos na nossa última viagem para as aldeias Tenharim na Transamazônica – viajávamos sempre de Porto Velho para Humaitá, dormíamos na cidade e, sempre pela manhã, seguíamos para as aldeias. Nesta última ida, encontramos no meio do caminho um grupo de índios Pirahã por baixo de uma ponte. Tivemos a sorte de, nessa ocasião em especial, estarmos sendo conduzidos por um motorista que era ex funcionário da Funai [Fundação Nacional do Índio] na cidade, então o diálogo e o contato foi imediato e articulado pelo mesmo. Tivemos um contato super rápido com os Pirahã, nada mais do que em torno de 20 minutos, sendo que os primeiros 10 minutos foram de conhecimento, familiarização e estranhamento (de ambas as partes). Eu empunhava a câmera no ombro, mas até então não a tinha sacado ou registrado qualquer imagem. Só comecei a fotografar a partir do momento que o motorista assinalou para mim, confirmando que estava liberado. Os Pirahãs disseram “sim” e eu pude fazer uma das séries fotográficas mais importante e memoráveis que fiz até hoje.
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Para descobrir mais sobre o fotógrafo e seu trabalho, clique aqui.
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Nota: em preto e branco, as fotos dos índios Pirahã. A cores, os Tenharim.
Para ler outros trabalhos do quadro “Entrevista Hypeness”, siga o link.
Todas as fotos © Gabriel Ivan

"Quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado." Rubem Alves



Hoje faço algo diferente por aqui no Plural. E divulgar pessoas lindas!!!
Exatamente a ilustração fotográfica para frase de Rubens Alves,  da nossa querida Olinda Guedes com a foto singela e real da rosa branca na Chácara Sêo Cizinho, seu pai, com suas mãos habilidosas ,com seu espirito sábio das sutilizas da terra ,das plantas ,do reconhecimento das belezas dos elementos naturais que nos leva á qualidade de vida,reflexao
Um cantinho muito especial onde fica a sede do Instituto Anauê-Teiño.Sigam no face https://www.facebook.com/anaueteino .Quer saber um pouco mais ?Um momento de:

CONSTELAÇÕES ORGANIZACIONAIS e FAMILIARES,
segundo Bert Hellinger

"Quem está reconciliado com a mãe pode prosperar." Bert Hellinger
Carreira, Profissão, Sucesso e Dinheiro...

- 22, 23 e 24 de Julho -
(Treinamento & Formação & Crescimento)

- Assuntos abordados:
• O que leva ao sucesso ou ao fracasso?
• Vida escolar e sucesso profissional.
• Prosperidade.
• Dinheiro e o sistema familiar.
• O que está a serviço da vida é prioridade.
• Decisões que olham para a vida, orientadas para o mais, para o sim.

Para quê? Para continuar a crescer através do aprendizado e lembrarmos o que foi esquecido.
Pois, é através deste conhecimento que podemos encontrar o sucesso tão desejado.

Com quem? Olinda Guedes - Bacharel em Psicologia, Renascedora, Master Trainer em PNL. Especialista em Análise Transacional, Hipnose, Leitura Corporal e Coaching Certificada pelo ICC – Joseph O'Connor. Formada no método de Constelações Sistêmicas Familiares, segundo Bert Hellinger.

Local:
Chácara do Sêo Cizinho, em Piraquara, divisa com São José dos Pinhais.
Rua Fernandes Carlos Beetz, 67 - Bairro Águas Claras - Piraquara - PR.
(acesse o google mapas).

Saindo do forno o livro "ENSINO RELIGIOSO: Diversidade Cultural e Religiosa"