Primeiro gostaria de informá-los, que não vendo namoradeiras. Até pinto e faço esse tipo de artesanato. Mas quando comecei neste ramo havia pouco interesse das pessoas. Portanto, podemos criar uma página com a finalidade de anunciar trabalhos de fabricantes e artesãos para poder atender os inúmeros pedidos e encomendas que recebo diariamente. Interessados em expor seu trabalho, anúncio e propagandas entrem em contato pelo e-mail: ritapolis.net@gmail.com
O termo “As namoradeiras” que venho aqui referir, seria uma qualidade ou uma crítica em relação às mulheres?
Em Minas Gerais, sempre ouví contar que as bonecas que enfeitavam as janelas, eram uma forma de eternizar o passado! Antigamente as muheres interioranas ficavam nas janelas debruçadas, olhando sempre para a rua. Reza a lenda, que elas estariam a espera de namorado. Pois antigamente, tanto em Minas quanto em muitos estados, a educação que os pais aplicavam em seus filhos era bastante rígida. As moças não ficavam á amostra pelas ruas, ou tinham o típico namoro livre como hoje em dia. O rapaz quando estava interessado em alguma moça, ele tinha que ir até o pai da moça e pedi-la em namoro. Mas, não podemos generalizar o que se passava na cabeça daquelas moças de antigamente, pois assim como hoje, antigamente elas também poderíam estar apenas na janela, passando o tempo, descansando do serviço doméstico em casa, ou até mesmo pegando um pouco de ar fresco. Existiam as fofoqueiras, como até hoje existem…
Padronizamos a maneira de como elas eram e de como apoiavam a cabeça com a mão direita, de como se vestiam e isso permaneceu até hoje. Hoje são bonecas de gesso ou madeira que ficam normalmente debruçadas nas janelas das casas como que à espera do príncipe encantado que nunca chegará. Mas será que esse príncipe não é o sonho de muitas hoje em dia? Como exemplo, é só observarmos inúmeros relacionamentos desfeitos, ou até mesmo homens em busca de sua princesa. A sensação é que você parece entrar na personagem, onde tentamos ver a forma com que ela tanto observa. O artesanato mineiro é consumido por muita gente, e essas namoradeiras são esculturas simpáticas, bem trabalhadas e que passou a enfeitar janelas, varandas e o interior da casa de muitas pessoas.
A origem das Namoradeiras
A namoradeira é uma boneca na maioria das vezes grande, que pode ser de várias nacionalidades, e que só possui cabeça, ombros, braços e busto. As típicas de Minas Gerais, tem um dos seus braços apoiado em uma superfície plana e o outro leva a mão ao rosto, em sinal de espera. Hoje em dia, encontramos vários formatos e diferentes posições. Elas imitam aquelas mulheres que ficavam na janela esperando para serem vistas como mencionei acima. Apesar de não existir uma história real sobre essas bonecas e a discussão sobre sua origem se passar apenas de mito, ou inveção de tempos passados, elas nasceram e nascem até hoje de mãos habilidosas de artesãos.
Imagem: laneefilhas. blogspot.com.br
Lindas e charmosas elas estão espalhadas por esse mundo a fora, nas janelas, nas varandas, nos amurados e em qualquer cantinho que as faça espalhar seus encantos. Em Ritápolis muitas janelas são enfeitadas com namoradeiras, que dão um ar típico de uma ciadde mineira.
Não se sabe ao certo as suas origens, mas não é difícil de imaginar levando em conta que a história de tempos passados.
Nos tempos coloniais, num tempo em que tudo corria com mais tranqüilidade, quando não havia telefone, televisão nem computadores, as mulheres tinham por hábito ficavam debruçadas nas janelas de suas casas.
Nos tempos coloniais, num tempo em que tudo corria com mais tranqüilidade, quando não havia telefone, televisão nem computadores, as mulheres tinham por hábito ficavam debruçadas nas janelas de suas casas.
Elas conversavam com a vizinha, vigiavam seus filhos brincando na rua e assim como todo mundo é diferente um do outro, haviam aquelas que se arrumavam, se pintavam e ficavam olhando os rapazes que passavam, para flertar. Podiam ser vários os motivos que as levavam às janelas.
Até mesmo, esperar uma amiga ou o marido que estava para chegar do trabalho.
Era também o passatempo predileto de algumas, geralmente as mais velhas, mais maliciosas e bisbilhoteiras que gostavam de ficar nas janelas para tomar conta da vida alheia.
Mas, o mais importante dos motivos, era mesmo esperar que passasse um moço atraente que lhe jogasse um sorriso e olhar charmoso, para daí flertarem e quem sabe começarem um namoro. Daí o apelido de namoradeiras!
E, hoje elas estão espalhadas por esse mundo afora, feitas em barro, madeira, resinas, gesso e todo material que se amolde à função. Negras, brancas ou morenas, com enfeites nos cabelos, vestidos bem decotados e lábios bem pintadinhos. Quando observamos as bonecas namoradeiras nas varandas de alguns edifícios residenciais não imaginamos que tais peças decorativas guardam o registro de um tempo em que as mulheres dependiam quase exclusivamente desse ambiente para ter contato com a rua. Este espaço da residência já foi importante para a socialização feminina em Minas Gerais e em muitos outros estados brasileiros e em muito contribuiu para sua liberação. No entanto, diante da liberdade que as mulheres desfrutam nos dias de hoje e do papel que desempenham na sociedade contemporânea, este passado pode parecer distante.
Até mesmo, esperar uma amiga ou o marido que estava para chegar do trabalho.
Era também o passatempo predileto de algumas, geralmente as mais velhas, mais maliciosas e bisbilhoteiras que gostavam de ficar nas janelas para tomar conta da vida alheia.
Mas, o mais importante dos motivos, era mesmo esperar que passasse um moço atraente que lhe jogasse um sorriso e olhar charmoso, para daí flertarem e quem sabe começarem um namoro. Daí o apelido de namoradeiras!
E, hoje elas estão espalhadas por esse mundo afora, feitas em barro, madeira, resinas, gesso e todo material que se amolde à função. Negras, brancas ou morenas, com enfeites nos cabelos, vestidos bem decotados e lábios bem pintadinhos. Quando observamos as bonecas namoradeiras nas varandas de alguns edifícios residenciais não imaginamos que tais peças decorativas guardam o registro de um tempo em que as mulheres dependiam quase exclusivamente desse ambiente para ter contato com a rua. Este espaço da residência já foi importante para a socialização feminina em Minas Gerais e em muitos outros estados brasileiros e em muito contribuiu para sua liberação. No entanto, diante da liberdade que as mulheres desfrutam nos dias de hoje e do papel que desempenham na sociedade contemporânea, este passado pode parecer distante.
Vejamos alguns fatos de tempos remotos que nos faz entender um pouco sobre as namoradeiras:
No período colonial, a supremacia do homem era garantida por lei. Assim como a terra e os escravos, as mulheres eram consideradas uma propriedade. Uma das únicas maneiras que elas tinham de se colocar em sociedade era pelo casamento. Do domínio do pai, a mulher passava ao domínio do cônjuge, e, na ausência destes, passava a ser “administrada” por um tutor do sexo masculino: irmão mais velho, filhos ou qualquer outro indivíduo encarregado legalmente deste papel. A opção para aquelas que não se casavam era o convento. Sendo assim, a mulher acabava se comprometendo, fosse com homem ou fosse com Deus, e, subjugada ao sexo masculino, ficava confinada.
A historiografia dos dias de hoje reconhece a existência de mulheres até provedoras de seus lares, mas era raro e não oficial, isto é, não bem-visto pela sociedade. As varandas acabaram se tornando o único ambiente em que tinham contato com o mundo exterior, já que as saídas femininas se limitavam, na maioria das vezes, a idas até a igreja. Somente no final do século XIX as mulheres começaram a frequentar a rua para fazer suas compras, atividade que passou então a ser vista também como lazer.
Quando surgiram os primeiros núcleos urbanos, as mulheres se inteiravam dos acontecimentos através das frestas das janelas, muitas cobertas de muxarabiê (tipo de treliça de madeira). Aliás, as mulheres brancas, pois as negras circulavam pelas ruas, eram consideradas peças e não pessoas, e as índias, selvagens.
Quando surgiram os primeiros núcleos urbanos, as mulheres se inteiravam dos acontecimentos através das frestas das janelas, muitas cobertas de muxarabiê (tipo de treliça de madeira). Aliás, as mulheres brancas, pois as negras circulavam pelas ruas, eram consideradas peças e não pessoas, e as índias, selvagens.
Mas estas galerias mouriscas como eram chamadas, também serviam para escondê-las no espaço doméstico, protegendo-as dos olhares de quem passasse. O comércio de produtos era feito em domicílio, e era possível abastecer os lares pelas rótulas (grades de ripas) das janelas das casas térreas ou das varandas dos sobrados.
Com a saída dos muxarabiês de cena durante o Primeiro Reinado – o que contribuiu para a comercialização do vidro pelos ingleses, as janelas, e posteriormente as sacadas, passaram a ser não apenas num posto de vigília, mas também de exposição. A mulher passava a poder ser vista. Essa transformação aparentemente pequena provocou mudanças nos costumes que só ocorreriam mais tarde, do final do século XIX ao início do XX, quando ela passa a frequentar livremente o espaço público. Segundo Gilberto Freyre no livro Sobrados e mucambos, a janela e o caramanchão marcaram vitórias da mulher sobre o ciúme sexual do homem e “uma das transigências do sistema patriarcal com a cidade antipatriarcal”.
Mas os novos hábitos de exposição feminina, incentivados pela ausência dos muxarabiês, não foram assimilados imediatamente pela população. Foi preciso que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na época de D. Pedro I, transformasse a ordem do príncipe regente em lei para que ela fosse cumprida. Diante da mentalidade moura remanescente, deixariam as mulheres reclusas atrás dos muxarabiês ou das burcas. As mulheres que ficavam nas janelas eram mal faladas, sendo chamadas de janeleiras, namoradeiras ou até de rameiras.
Até então, a presença feminina nas sacadas se restringia aos festejos públicos, nas procissões ou nos cortejos em homenagem à família real, quando as casas se abriam através das sacadas decoradas, onde os moradores se colocavam para participar das comemorações. Nesses poucos momentos, os rapazes aproveitavam para cortejar as moçoilas com a prática do “namoro do bufarinheiro” ou do “namoro do escarrinho”. No primeiro caso, os homens se comportavam como se fossem bufarinheiros, isto é, vendedores ambulantes, a anunciar seus produtos.
Com a saída dos muxarabiês de cena durante o Primeiro Reinado – o que contribuiu para a comercialização do vidro pelos ingleses, as janelas, e posteriormente as sacadas, passaram a ser não apenas num posto de vigília, mas também de exposição. A mulher passava a poder ser vista. Essa transformação aparentemente pequena provocou mudanças nos costumes que só ocorreriam mais tarde, do final do século XIX ao início do XX, quando ela passa a frequentar livremente o espaço público. Segundo Gilberto Freyre no livro Sobrados e mucambos, a janela e o caramanchão marcaram vitórias da mulher sobre o ciúme sexual do homem e “uma das transigências do sistema patriarcal com a cidade antipatriarcal”.
Mas os novos hábitos de exposição feminina, incentivados pela ausência dos muxarabiês, não foram assimilados imediatamente pela população. Foi preciso que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na época de D. Pedro I, transformasse a ordem do príncipe regente em lei para que ela fosse cumprida. Diante da mentalidade moura remanescente, deixariam as mulheres reclusas atrás dos muxarabiês ou das burcas. As mulheres que ficavam nas janelas eram mal faladas, sendo chamadas de janeleiras, namoradeiras ou até de rameiras.
Até então, a presença feminina nas sacadas se restringia aos festejos públicos, nas procissões ou nos cortejos em homenagem à família real, quando as casas se abriam através das sacadas decoradas, onde os moradores se colocavam para participar das comemorações. Nesses poucos momentos, os rapazes aproveitavam para cortejar as moçoilas com a prática do “namoro do bufarinheiro” ou do “namoro do escarrinho”. No primeiro caso, os homens se comportavam como se fossem bufarinheiros, isto é, vendedores ambulantes, a anunciar seus produtos.
No segundo, os jovens ficavam embaixo das janelas das moças que lhes interessavam, fungando, assoando o nariz e até dando cuspidelas. Se a mulher fazia o mesmo, queria dizer que a declaração havia sido correspondida.
As janelas faz muito mais do que diminuir o impacto do calor dentro das moradias. São basicamente três as suas funções: serve como espaço de transição entre a casa e a rua, de socialização; Isto é, de convívio e de lazer da família e desta com quem passa na rua ,e de integração com o meio ambiente, funcionando para a contemplação da paisagem e para o contato com a natureza. Portanto, temos essas bonecas que mesmo sem dados concretos de nascimento e causa, nos presenteia com suas formas e nos leva a sonhar com o passado, e ao mesmo tempo compartilhar conosco um pouco de preconceito, racismo que em tempos atuais, ainda são vistos.
https://ritapolis.wordpress.com/2011/06/03/as-namoradeiras-de-minas-gerais/