terça-feira, 23 de setembro de 2014

Identidade, diversidade e pluralismo

A diversidade cultural: patrimônio comum da humanidade


A cultura adquire formas diversas por meio do tempo e do espaço, que, por sua vez, se manifestam na originalidade e na pluralidade das identidades que caracterizam os grupos e a sociedade que compõem a humanidade. É fonte de intercâmbio, inovação e criatividade.
A diversidade cultural é para o gênero humano tão necessário quanto a diversidade biológica, para os organismos vivos. Neste sentido, ambas constituem o patrimônio comum da humanidade e devem ser reconhecidas e consolidadas no benefício das futuras gerações. 
 
A riqueza está na diversidade
Esta diversidade em nossas sociedades garante uma interação harmoniosa quando impulsionada pela vontade de convivência das pessoas, acolhendo as diferenças de forma dinâmica. Portanto, as políticas que favorecem a inclusão e a participação de todos são vitais para a construção da paz entre as nações e nas nações.
O intercâmbio cultural, o “conhecer para compreender”, e as várias formas de leitura do mundo permitem novos olhares no espaço que ocupamos.
O crescimento das comunidades não se limita ao econômico, mas também ao acesso a uma vida intelectual, afetiva, moral e espiritual dos grupos que ocupam as mesmas regiões ou áreas vizinhas, pois a Declaração dos Direitos Humanos (1948, artigo 27) garante que: “Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fluir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios”.
 
O direito à liberdade religiosa
Esta liberdade é um imperativo ético, inseparável da dignidade do ser humano. Os direitos culturais marcam a liberdade de expressão e das mais variadas formas, que divulgam as idéias e as particularidades das comunidades manifestadas no teatro, na pintura, nos textos, rituais e em outras formas de comunicação da identidade.
Lembremos que toda criação tem suas origens nas tradições culturais, desenvolvidas ao longo da história das comunidades, valorizando o passado e sustentando o futuro das gerações.
É o diálogo entre os grupos que catalisam as relações, gerando novas propostas de convivência mundial. Foi nesta perspectiva que ocorreu a homologação da Declaração Universal da Diversidade Cultural. Portanto, a diversidade cultural e a diversidade religiosa andam juntas. Conforme o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper), a religião acontece dentro de um universo cultural, ora influenciando, ora sendo influenciada pela cultura.
 
E o Ensino Religioso?
É nesse contexto que, o Ensino Religioso, como disciplina, tem a função de despertar, no educando, aspectos transcendentes da existência. Leva-o à busca do sentido radical da vida, descobrindo seu comprometimento com a comunidade, consciente de sua participação no todo. Esse processo de despertar e descobrir conduz o educando naturalmente ao encontro com o espiritual, com o Transcendente. A conseqüência desta descoberta afetará as ações, gestos, palavras, significados e valores que farão parte da sua vivência e convivência.
O Ensino Religioso pretende ser um serviço ao crescimento global da pessoa, mediante uma cultura atenta também à dimensão religiosa da vida.
Nessa perspectiva, os valores sociais são reforçados no “ser” e não no “ter”. As gerações construídas a partir dos valores sociais baseadas no “ser” têm suas ações enfocadas na solidariedade para com o próximo, para com o grupo social. Essa nova mudança comportamental é explicada a partir do contato com o Transcendente.
O Ensino Religioso pode tornar-se uma forma de apresentar ao mundo que a Escola contribui para formação de novas gerações que compreendem e convivem neste mundo plural.
 


  Sérgio Junqueira (GPER/PUCPR)
  Claudia Cardoso (Jornalista/GPER)
 
OT – No.1 – pp.3

MATRIZ OCIDENTAL-Perspectivas judaicas sobre o sofrimento

 
Para o Judaísmo, o sofrimento humano surge com a própria existência humana, mas não é algo imprescindível para ela. Quem explica é o rabino Rubem Sternschein, da Congregação Israel...ita Paulista. Ele conversou com a reportagem de O Transcendente sobre o tema. Embora o rabino Rubem reconheça que existam obras da literatura rabínica do período que vai do século 1º ao 6º da era cristã que afirmam que o sofrimento possa trazer algum aprendizado, fortalecer as pessoas, para torná-las mais profundas, o Judaísmo não é uma religião da dor, isto é, esta não é desejada.
Para corroborar essa visão, a revelação e a profecia divina surgem justamente no estado positivo, da alegria. Por isso, o rabino discorda da interpretação segundo a qual o sofrimento é uma experiência congênita ao ser humano. Ao contrário, “nós acreditamos que o sofrimento surge por conta da história escrita pelos seres humanos”, afirma. A natureza não vem com o sofrimento, mas a história da humanidade produz sofrimento.
A esse respeito, o Judaísmo identifica as diferentes formas de sofrimento. Há aquele sofrimento motivado por causas naturais: doenças, terremotos, enchentes, tsunamis etc... Uma segunda forma é fruto da história da humanidade: guerras, fome. Há ainda o sofrimento causado por problemas de relacionamento entre as pessoas: desamor, abandono, falta de lealdade, de compreensão, compaixão etc... Por fim, há o sofrimento causado por uma perda, como por exemplo, a de um ente querido.

Formas de encarar a dor

Para lidar com essas diferentes formas de dor, a religião judaica apresenta diferentes modelos de apoio àquele que sofre. Um desses modelos – que existe também em outras religiões – diz respeito à esperança num sentido e num equilíbrio posterior. Nesse caso, o consolo estaria no fato segundo o qual por trás da experiência dolorosa, existe um sentido – mesmo que não seja claro para a pessoa –, Deus, a justiça e que, algum dia, isso resultará em algo bom.
Outro modelo – talvez um extremo oposto do anterior – é aquele que parte do princípio que não há uma perspectiva de sentido para o sofrimento. Mesmo se houvesse uma perspectiva divina que justificasse essa experiência, a pessoa estaria sujeito a ela por conta de sua condição humana. Nesse caso, tudo que se pode fazer é acompanhar o sofrimento. “Esse modelo chega ao extremo de afirmar que Deus sofre conosco diante da nossa dor”, diz o rabino Rubem.
Há ainda modelos de apoio àquele que sofre que têm origem na filosofia judaica e não só da religião. Para um desses modelos, por exemplo, há um princípio para o qual o que parece valioso, talvez não o seja assim. “O que temos e perdemos, seja saúde, conhecimento, bens materiais e até mesmo amigos, são somente meios; o importante da vida é o que você faz com ela”. Isso seria quase como um “jogo celestial”: Deus e os anjos brincam conosco, nos dão ou nos retiram coisas e situações, mas tudo isso não é o essencial. A questão é saber o que fazemos com essas situações: ou usamos para ajudar outras pessoas ou para dominar e brigar com outras pessoas, por exemplo. Segundo o rabino, essa é uma perspectiva que ajuda a lidar com o sofrimento.
O rabino Rubem Sternschein entende que esse último modelo é adequado para as situações dolorosas naturais e aquelas provocadas pela perda de alguém. Agora, para a dor provocada pelas opções históricas feitas pelos seres humanos e pelas crises nos relacionamentos entre as pessoas a forma de superar essas experiências é nos tornarmos seres humanos melhores. Para esses casos, a contribuição da religião é educar as pessoas para um seu maior comprometimento com a vida humana.
Por fim, a prática religiosa em si não seria responsável por causar o sofrimento, embora certas interpretações sobre a religião possam levar a isso. Conclusões como “Deus quer que nós soframos ou que matemos”, tendem a revelar esse tipo de interpretação parcial, argumenta o líder religioso judeu para quem esse tipo de postura – que, numa certa medida, pode coincidir com o fundamentalismo – não corresponde à teologia de base do judaísmo. E sim com base em três eixos - “liberdade, responsabilidade e oportunidade” - que se apoia toda a teologia e ética judaica, fundamentos com os quais a religião judaica espera lidar com a questão do sofrimento.

Redação O TRANSCENDENTE
Foto: MATRIZ OCIDENTAL

Perspectivas judaicas sobre o sofrimento

Para o Judaísmo, o sofrimento humano surge com a própria existência humana, mas não é algo imprescindível para ela. Quem explica é o rabino Rubem Sternschein, da Congregação Israelita Paulista. Ele conversou com a reportagem de O Transcendente sobre o tema. Embora o rabino Rubem reconheça que existam obras da literatura rabínica do período que vai do século 1º ao 6º da era cristã que afirmam que o sofrimento possa trazer algum aprendizado, fortalecer as pessoas, para torná-las mais profundas, o Judaísmo não é uma religião da dor, isto é, esta não é desejada. 
Para corroborar essa visão, a revelação e a profecia divina surgem justamente no estado positivo, da alegria. Por isso, o rabino discorda da interpretação segundo a qual o sofrimento é uma experiência congênita ao ser humano. Ao contrário, “nós acreditamos que o sofrimento surge por conta da história escrita pelos seres humanos”, afirma. A natureza não vem com o sofrimento, mas a história da humanidade produz sofrimento. 
A esse respeito, o Judaísmo identifica as diferentes formas de sofrimento. Há aquele sofrimento motivado por causas naturais: doenças, terremotos, enchentes, tsunamis etc... Uma segunda forma é fruto da história da humanidade: guerras, fome. Há ainda o sofrimento causado por problemas de relacionamento entre as pessoas: desamor, abandono, falta de lealdade, de compreensão, compaixão etc... Por fim, há o sofrimento causado por uma perda, como por exemplo, a de um ente querido.

Formas de encarar a dor

Para lidar com essas diferentes formas de dor, a religião judaica apresenta diferentes modelos de apoio àquele que sofre. Um desses modelos – que existe também em outras religiões – diz respeito à esperança num sentido e num equilíbrio posterior. Nesse caso, o consolo estaria no fato segundo o qual por trás da experiência dolorosa, existe um sentido – mesmo que não seja claro para a pessoa –, Deus, a justiça e que, algum dia, isso resultará em algo bom.
Outro modelo – talvez um extremo oposto do anterior – é aquele que parte do princípio que não há uma perspectiva de sentido para o sofrimento. Mesmo se houvesse uma perspectiva divina que justificasse essa experiência, a pessoa estaria sujeito a ela por conta de sua condição humana. Nesse caso, tudo que se pode fazer é acompanhar o sofrimento. “Esse modelo chega ao extremo de afirmar que Deus sofre conosco diante da nossa dor”, diz o rabino Rubem.
Há ainda modelos de apoio àquele que sofre que têm origem na filosofia judaica e não só da religião. Para um desses modelos, por exemplo, há um princípio para o qual o que parece valioso, talvez não o seja assim. “O que temos e perdemos, seja saúde, conhecimento, bens materiais e até mesmo amigos, são somente meios; o importante da vida é o que você faz com ela”. Isso seria quase como um “jogo celestial”: Deus e os anjos brincam conosco, nos dão ou nos retiram coisas e situações, mas tudo isso não é o essencial. A questão é saber o que fazemos com essas situações: ou usamos para ajudar outras pessoas ou para dominar e brigar com outras pessoas, por exemplo. Segundo o rabino, essa é uma perspectiva que ajuda a lidar com o sofrimento.
O rabino Rubem Sternschein entende que esse último modelo é adequado para as situações dolorosas naturais e aquelas provocadas pela perda de alguém. Agora, para a dor provocada pelas opções históricas feitas pelos seres humanos e pelas crises nos relacionamentos entre as pessoas a forma de superar essas experiências é nos tornarmos seres humanos melhores. Para esses casos, a contribuição da religião é educar as pessoas para um seu maior comprometimento com a vida humana.
Por fim, a prática religiosa em si não seria responsável por causar o sofrimento, embora certas interpretações sobre a religião possam levar a isso. Conclusões como “Deus quer que nós soframos ou que matemos”, tendem a revelar esse tipo de interpretação parcial, argumenta o líder religioso judeu para quem esse tipo de postura – que, numa certa medida, pode coincidir com o fundamentalismo – não corresponde à teologia de base do judaísmo. E sim com base em três eixos - “liberdade, responsabilidade e oportunidade” - que se apoia toda a teologia e ética judaica, fundamentos com os quais a religião judaica espera lidar com a questão do sofrimento.

Redação O TRANSCENDENTE

O que é macumba?

O que é macumba?

umbandapontenova.blogspot.com
Na realidade, “macumba” era o nome de uma flauta rústica, utilizada pela população mais pobre, majoritariamente ex-escravos ou descendentes de escravos, em festas familiares, junto com outros instrumentos, como atabaques e tambores, na passagem do Brasil Império para a República.
 
Dessa forma, “macumba” ou “macumbinha” era também um sinônimo de “festa em casa”, pois, como havia repressão e muito preconceito contra as reuniões afro-religiosas (na época, feitas nos terreiros das casas, pequenos quintais, de terra batida, diante das residências populares do interior), ao convidar alguém para uma festa/reunião as pessoas, de maneira discreta, apenas convidavam umas as outras para uma “macumba” ou “macumbinha”.
 
Apesar de o termo ser utilizado de forma depreciativa pelos que discriminam as religiões “afro”, o seu uso e a autodenominação entre os adeptos é comum e encarada, por muitos, com orgulho.
 
  Redação do OT

O Jornal O Transcendente – subsídio pedagógico para o Ensino Religioso

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O Jornal O Transcendente – subsídio pedagógico para o Ensino Religioso foi criado em março de 2007, seguindo todas as prerrogativas exigidas pela LDB 9475//97, nova redação do art. 33 da Lei 9394/96, que estabelece as normas a serem observadas no Ensino Religioso nas escolas públicas do Brasil.

  O Transcendente auxilia os professores de Ensino Religioso, e áreas afins, em sua prática educacional diária por meio de ricos conteúdos, plano de atividades, dinâmicas e projetos didaticamente apresentados em um fascinante Encarte Pedagógico.

 Somado a isso, pela sua excelência, OT é utilizado para a formação continuada dos professores brasileiros. Acompanhando os períodos escolares, esse subsídio é editado bimestralmente: março/abril, maio/junho, agosto/setembro e outubro/novembro e produzido com 16 páginas de excelente qualidade gráfica com conteúdos bem fundamentados, sugeridos por educadores de todos os estados do país. O Transcendente reflete a face do Ensino Religioso do Brasil!

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