A diversidade cultural: patrimônio comum da humanidade
A cultura adquire formas diversas por meio do tempo e do espaço, que, por sua vez, se manifestam na originalidade e na pluralidade das identidades que caracterizam os grupos e a sociedade que compõem a humanidade. É fonte de intercâmbio, inovação e criatividade.
A diversidade cultural é para o gênero humano tão necessário quanto a diversidade biológica, para os organismos vivos. Neste sentido, ambas constituem o patrimônio comum da humanidade e devem ser reconhecidas e consolidadas no benefício das futuras gerações.
A riqueza está na diversidade
Esta diversidade em nossas sociedades garante uma interação harmoniosa quando impulsionada pela vontade de convivência das pessoas, acolhendo as diferenças de forma dinâmica. Portanto, as políticas que favorecem a inclusão e a participação de todos são vitais para a construção da paz entre as nações e nas nações.
O intercâmbio cultural, o “conhecer para compreender”, e as várias formas de leitura do mundo permitem novos olhares no espaço que ocupamos.
O crescimento das comunidades não se limita ao econômico, mas também ao acesso a uma vida intelectual, afetiva, moral e espiritual dos grupos que ocupam as mesmas regiões ou áreas vizinhas, pois a Declaração dos Direitos Humanos (1948, artigo 27) garante que: “Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fluir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios”.
O direito à liberdade religiosa
Esta liberdade é um imperativo ético, inseparável da dignidade do ser humano. Os direitos culturais marcam a liberdade de expressão e das mais variadas formas, que divulgam as idéias e as particularidades das comunidades manifestadas no teatro, na pintura, nos textos, rituais e em outras formas de comunicação da identidade.
Lembremos que toda criação tem suas origens nas tradições culturais, desenvolvidas ao longo da história das comunidades, valorizando o passado e sustentando o futuro das gerações.
É o diálogo entre os grupos que catalisam as relações, gerando novas propostas de convivência mundial. Foi nesta perspectiva que ocorreu a homologação da Declaração Universal da Diversidade Cultural. Portanto, a diversidade cultural e a diversidade religiosa andam juntas. Conforme o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper), a religião acontece dentro de um universo cultural, ora influenciando, ora sendo influenciada pela cultura.
E o Ensino Religioso?
É nesse contexto que, o Ensino Religioso, como disciplina, tem a função de despertar, no educando, aspectos transcendentes da existência. Leva-o à busca do sentido radical da vida, descobrindo seu comprometimento com a comunidade, consciente de sua participação no todo. Esse processo de despertar e descobrir conduz o educando naturalmente ao encontro com o espiritual, com o Transcendente. A conseqüência desta descoberta afetará as ações, gestos, palavras, significados e valores que farão parte da sua vivência e convivência.
O Ensino Religioso pretende ser um serviço ao crescimento global da pessoa, mediante uma cultura atenta também à dimensão religiosa da vida.
Nessa perspectiva, os valores sociais são reforçados no “ser” e não no “ter”. As gerações construídas a partir dos valores sociais baseadas no “ser” têm suas ações enfocadas na solidariedade para com o próximo, para com o grupo social. Essa nova mudança comportamental é explicada a partir do contato com o Transcendente.
O Ensino Religioso pode tornar-se uma forma de apresentar ao mundo que a Escola contribui para formação de novas gerações que compreendem e convivem neste mundo plural.
Sérgio Junqueira (GPER/PUCPR)
Claudia Cardoso (Jornalista/GPER)
OT – No.1 – pp.3
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