sexta-feira, 12 de junho de 2015

Transsexual “crucificada” vira alvo de polêmica... ( Pe. Reginaldo Sarto SJ)


Sobre esta imagem que tem gerado tanta polêmica entre os católicos, com todo respeito aos meus irmãos na fé, de opiniões diferentes, esta imagem não me chocaO que me choca é saber que, segundo estatísticas, no ano passado 313 pessoas homo-afetivas foram assassinadas no Brasil, muitas delas pelo simples fato de serem homo-afetivas.De janeiro até hoje, foram 218 mortes de LGBT no país, dos quais 71 por tiros, 70 a facadas, 21 espancados, 20 por asfixia, 11 a pauladas e seis apedrejados, entre outras...Não podemos ser cristãos sentindo devoção com os teatros da paixão de Cristo na semana Santa e virar as costas a esta triste realidade. A vida dessas pessoas vale mais do que os devocionismos exagerados que se preocupam mais com símbolos do que com as pessoas. Essa imagem ao invés de despertar revolta, deveria ser um apelo para rezarmos a nossa práxis religiosa.

Não podemos ser como aqueles fariseus do tempo de Jesus que colocavam fardos pesados nas costas de outros quando eles mesmos não podiam levar. Jesus veio pra aliviar esse peso da opressão, acolher, tocar o coração, curar as feridas. Ele cumpria com seus gestos o que pregava. “O amor consiste mais em obras que em palavras...”, mais em atitudes de amor - como aquelas de Jesus - do que com devoções crispadas que não constroem o Reino.

Há coisas que deveriam ser preocupações primárias e outras secundárias. Para mim a preocupação primária é a causa do Reino de Jesus. Os símbolos comunicam algo da nossa fé, mas eles não deveriam ser colocados em primeiro lugar substituindo o amor ao próximo. "Nem todo o que me diz Senhor! Senhor! chegará ao Reino dos Céus, mas o que ouve minha palavra e põe em prática". Colocar a Palavra de Jesus em prática é, sobretudo, amar a Deus e ao próximo. ¿Mas com podemos amar a Deus a quem não vemos, se não amamos o irmão que vemos? Essa é a experiência de fé que devemos buscar viver, essa é uma preocupação primária.

As opiniões manifestadas nessa polêmica são divergentes e penso que cada um fala da experiência de fé que tem. Se um símbolo de madeira é motivo de escândalo para alguém e os crucificados desse mundo não, eu diria que Cristo se escandalizará de dessa pessoa também. Cristo passou fazendo o bem e acolhendo a todas as pessoas, sem distinção. Hoje, grande parte dos católicos fazem o contrário, continuam condenando. É necessário “menos católico e mais cristão”.  

Gostaria de partilhar uma experiência que fiz nestes dias enquanto presidia a Eucaristia numa comunidade para portadores de HIV, Aids, adictos. Ali haviam pessoas que já passaram por muitas experiências na vida. Haviam homo-afetivos, pessoas que viveram no mundo do crime, pessoas que, assim como os da época de Jesus que eram impedidos de aproximarem-se do templo por serem enfermos pecadores, também são discriminados por muitos de nós hoje em dia. Escutar de cada uma delas o desabafo de um sofrimento oprimido nos sensibiliza e nos faz sentir com Cristo no sofrimento dos excluídos. O que Jesus fez foi acolher os "pecadores" como Zaqueu, a Samaritana, o cego Bartimeu, os leprosos, etc.

Cristo continua presente no sofrimento dessas pessoas hoje também. Se ele não nos move à sensibilidade para com elas, nossa fé é em vão. Me lembro das palavras da dona Marta que tem um trabalho excepcional em Campinas com os pequenos e excluídos: "Se saio da missa com a cabeça em pé e não olho o meu irmão que está embaixo do meu nariz estendendo a mão, a missa não me valeu de nada...". Enquanto eu presidia a missa, ao levantar o Cálice na de Cristo, tive uma consolação muito grande e pensei: este cálice levantado é para esses pobres marginalizados e excluídos que aqui compartem comigo suas vidas. Por isso digo que os símbolos cristãos fazem sentido em nossa vida na medida em que nos levam a viver uma experiência de fé que constrói o Reino de Deus. Se levanto o cálice na missa, todos dizemos amém, mas não vivemos a missa no cotidiano, ela não tem seu verdadeiro sentido. Se ando com uma cruz no peito, mas minha prática de vida não condiz com o que Cristo me pede, a cruz também não tem sentido pra mim. O amor a Deus e ao próximo deve ser anterior a qualquer coisa.

Na cruz criticada por muitos poderia estar um sem terra, um sem teto, um imigrante africano, um negro, um índio, uma prostituta... mas um transexual não pode, é blasfêmia.Quem sabe se fosse numa procissão poderia. Isso nos faz crer que a revolta se aparenta mais com o preconceito. Termino com as palavras de Rudá Guedes: "Reduzir dois pedaços de madeira cruzados como símbolo do cristianismo é jogar por terra, justamente, o ato de grandiosidade que dá sentido à cruz para um cristão. NÃO É A MADEIRA CRUZADA QUE DEFINE A CRENÇA CRISTÃ. MAS A AÇÃO DAQUELE QUE FOI PREGADO NA CRUZ."
http://www.terraboa.blog.br/2015/06/transsexual-crucificada-vira-alvo-de.html
                                                                                                            


Primeira Mesquita dedicada a Virgem Maria é inaugurada na Síria

 
Justamente em um dos países onde a liberdade religiosa está mais seriamente ameaçada, foi construído o primeiro lugar de culto do mundo islâmico dedicado a Virgem Maria. Trata-se da nova Mesquita Al-Sayyida Maryam, localizada na cidade costeira de Tartous, segundo porto da Síria, inaugurada no último sábado, 6 de junho.
 
Al-Sayyida Maryam é um dos diversos nomes árabes da Mãe de Jesus, como recordou na cerimônia de inauguração o Ministro para os Bens religiosos e Culturais, Mohammad Abdel-Sattar al-Sayyed. Esta iniciativa – disse ele - é “um sinal da abertura daquele Islã afastado das desvios e  extremismos”. O Delegado do Patriarcado Maronita de Tartous e Lattakia, Antoine Dib, também presente na cerimônia, declarou-se “orgulhoso pela iniciativa”, desejando que o gesto possa representar uma esperança de paz para cada lugar do país.
 
A dedicação de uma mesquita a Nossa Senhora poderia parecer um anacronismo, mas não é. No Alcorão, de fato, existe uma autêntica veneração a Virgem Maria. Um dos maiores estudiosos católicos contemporâneos sobre este tema, o franciscano florentino Giulio Basetti-Sani (1912-2001), discípulo do orientalista Louis Massignon, dedicou a sua vida à difusão do conhecimento sobre a religião islâmica, sentida por ele como uma “fé irmã”. Um de seus conhecidos livros intitula-se “Maria e Jesus filho de Maria no Alcorão”. Após séculos de incompreensões e preconceitos, o religioso desenvolveu sua obra na esteira de São Francisco de Assis e de seu programa missionário voltado ao encontro com os muçulmanos.
 
A teologia muçulmana não concebe Deus como pessoa. Assim nos seus 99 nomes, falta a palavra “Pai”. Portanto, impensável também um “Filho de Deus”. A Virgem Maria, no entanto, é apresentada como “escolhida por Deus” e “eleita entre todas as mulheres da Criação” (Sura 3,42). Jesus não é filho de Deus, mas “filho de Maria” (‘Isa ibn Maryam’), lê-se nos versículos 34-36 da Sura 19, onde é narrado o acontecimento de uma virgem que, afastando-se da família, tem um filho (‘Masîh’, o ‘Ungido’, um dos nomes tradicionais de Jesus), ‘dom’ de Alá que ‘cria aquilo que quer’.
 
A este respeito, recorda-se que já há alguns anos no Líbano, o 25 de março (Festa da Anunciação para a Igreja Católica) foi proclamado, após longas tratativas conduzidas pelo Comitê islâmico-cristão, Festa Nacional.
 
O fundador do Instituto da Caridade, o beato Antonio Rosmini-Serbati (1797-1855), um dos maiores filósofos italianos do século XIX, foi autor da obra “As cinco chagas da Santa Igreja” (1832). Neste período pré-Concílio, quando os seguidores de Maomé eram colocados pela Igreja entre os “infiéis”, seguidores de uma “falsa religião”, Rosmini, apoiado pelo Cardeal Castruccio Castracane dos Antelminelli, publicou o texto “Sobre testemunhos dados pelo Alcorão a Virgem Maria”, desconsiderado na época, mas que no decorrer do tempo e ainda hoje desempenha um papel no diálogo inter-religioso a partir do reconhecimento comum da maternidade de Maria (sancionada pelo Concílio de Éfeso, em 431).
 http://www.conic.org.br/portal/noticias/1450-primeira-mesquita-dedicada-a-virgem-maria-inaugurada-na-siria

O Sagrado - Mulher, Famíia e Sociedade

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Consideramos justa toda forma de amor. Feliz dia dos namorados!

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