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quarta-feira, 29 de abril de 2015
Meninos de todas as cores..." isabel preto
http://pt.slideshare.net/profa2011/menino-de-todas-as-cores?next_slideshow=1
Visite o site vale a pena!!
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As cores do mundo de Lúcia
(Neide Medeiros Santos – Crítica literária – FNLIJ/PB)
Saiba que os poetas como os cegos
podem ver na escuridão.
(Edu Lobo/Chico Buarque de Holanda. Choro Bandido)
A temática dos excluídos na literatura infantil vem crescendo nos últimos anos. No Brasil, encontramos muitos livros de literatura infantil que tratam de aspectos ligados àqueles que vivem isolados da sociedade por algum tipo de deficiência ou discriminação. Nos livros para o público infantojuvenil, encontramos assuntos que transitam da marginalidade à intolerância racial, Os livros “Marginal à esquerda”, de Ângela Lago, “Carvoeirinhos” de Roger Mello, “Sapato Alto” de Lygia Bojunga Nunes abordam temas modernos que antes não apareciam na literatura infantil brasileira.
Daniel Munduruku, com muita propriedade, procura redimir a figura do índio; Rogério Andrade Barbosa valoriza a cultura africana com histórias que remontam aos países africanos. Luciana Savaget, com uma série de livros sobre os árabes, traz uma nova visão a respeito de palestinos e árabes.
Da Editora Paulus, recebemos, recentemente, (outubro de 2010), um bonito livro “As cores do mundo de Lúcia”, de Jorge Fernando dos Santos, com ilustrações de Denise Nascimento. Com sutileza, autor e ilustradora retratam o problema da cegueira.
Jorge Fernando dos Santos é mineiro, escritor de livros infantis e autor de peças teatrais. Denise Nascimento é, também, mineira, já ilustrou vários livros infantojuvenis e participou da Feira do Livro de Bolonha (Itália) e da Bienal de Ilustrações, na Eslováquia.
Na história de Lúcia, Jorge Fernando conta e Denise ilustra. O leitor percorre caminhos com a pequena personagem e vai descobrindo pouco a pouco como a menina celebra a vida e se encanta com as coisas simples que estão ao seu redor.
As associações dos sentidos com as cores é a tônica constante do livro. Cada cor tem um simbolismo distinto e a menina aprende a conviver com o mundo da escuridão através dos aromas, do tato, do som.
O branco lhe lembrava o algodão e o sabor “variava da acidez do sal de cozinha ao aroma adocicado das flores da jabuticabeira do jardim de sua casa”. Na época da floração, vinham abelhas com seus zumbidos e surge outra associação – “o som do branco era um zumbido suave e constante”.
E o verde? Está presente nas folhas da roseira, na folha cheirosa da hortelã, no vestido de aniversário presenteado pela avó, por isso o som do verde se assemelha à melodia “Parabéns pra você”.
A laranja é a cor do amanhecer, do canto do galo é a “cor do céu depois que amadurece”. À tardinha, um pouco antes do pôr do sol, o céu fica todo alaranjado.
O azul é a cor do mar e tem gosto de bala de anis. E o mar reflete tantas cores! Às vezes é de um azul profundo, torna-se prateado nas noites de lua cheia, dourado quando o sol está muito forte. As espumas colorem o mar de branco e aí tem “um forte gosto de sal.”
E o vermelho? Esta cor tem sabores variados. Gosto de batom, de pimenta e de frutas deliciosas, como a cereja e o morango. É a cor do sangue que pulsa nas nossas veias.
O amarelo tem o cheiro de banana madura, o gosto lembra o doce de pêssego em calda. Será que Lúcia já ouviu alguém dizer que esta cor era a preferida do pintor Van Gogh? A história não fala sobre isto, mas é bom acrescentar.
Por fim, vem o negro. Esta era a única cor que a menina podia ver. Mas ao lado do negro, vem uma feliz descoberta – ao receber do jardineiro o presente de uma jabuticaba bem madurinha, vem a delícia de saber que esta cor resulta da mistura de todas as cores.
Não poderia concluir este passeio com Lúcia pelo mundo das cores, sem fazer o registro das ilustrações suaves e sugestivas de Denise Nascimento.
Um fato chama a atenção do leitor. Lúcia, a mãe, a avó e os demais personagens da história aparecem sempre com os olhos fechados, só o jardineiro, encarregado de cuidar das flores do jardim, está com os olhos bem abertos.
Quem cuida de flores deve estar com os olhos abertos para não perder os momentos do desabrochar das pétalas. Quem não pode vê-las, deve ter sensibilidade para senti-las através do tato e dos aromas.
Saiba que os poetas como os cegos
podem ver na escuridão.
(Edu Lobo/Chico Buarque de Holanda. Choro Bandido)
A temática dos excluídos na literatura infantil vem crescendo nos últimos anos. No Brasil, encontramos muitos livros de literatura infantil que tratam de aspectos ligados àqueles que vivem isolados da sociedade por algum tipo de deficiência ou discriminação. Nos livros para o público infantojuvenil, encontramos assuntos que transitam da marginalidade à intolerância racial, Os livros “Marginal à esquerda”, de Ângela Lago, “Carvoeirinhos” de Roger Mello, “Sapato Alto” de Lygia Bojunga Nunes abordam temas modernos que antes não apareciam na literatura infantil brasileira.
Daniel Munduruku, com muita propriedade, procura redimir a figura do índio; Rogério Andrade Barbosa valoriza a cultura africana com histórias que remontam aos países africanos. Luciana Savaget, com uma série de livros sobre os árabes, traz uma nova visão a respeito de palestinos e árabes.
Da Editora Paulus, recebemos, recentemente, (outubro de 2010), um bonito livro “As cores do mundo de Lúcia”, de Jorge Fernando dos Santos, com ilustrações de Denise Nascimento. Com sutileza, autor e ilustradora retratam o problema da cegueira.
Jorge Fernando dos Santos é mineiro, escritor de livros infantis e autor de peças teatrais. Denise Nascimento é, também, mineira, já ilustrou vários livros infantojuvenis e participou da Feira do Livro de Bolonha (Itália) e da Bienal de Ilustrações, na Eslováquia.
Na história de Lúcia, Jorge Fernando conta e Denise ilustra. O leitor percorre caminhos com a pequena personagem e vai descobrindo pouco a pouco como a menina celebra a vida e se encanta com as coisas simples que estão ao seu redor.
As associações dos sentidos com as cores é a tônica constante do livro. Cada cor tem um simbolismo distinto e a menina aprende a conviver com o mundo da escuridão através dos aromas, do tato, do som.
O branco lhe lembrava o algodão e o sabor “variava da acidez do sal de cozinha ao aroma adocicado das flores da jabuticabeira do jardim de sua casa”. Na época da floração, vinham abelhas com seus zumbidos e surge outra associação – “o som do branco era um zumbido suave e constante”.
E o verde? Está presente nas folhas da roseira, na folha cheirosa da hortelã, no vestido de aniversário presenteado pela avó, por isso o som do verde se assemelha à melodia “Parabéns pra você”.
A laranja é a cor do amanhecer, do canto do galo é a “cor do céu depois que amadurece”. À tardinha, um pouco antes do pôr do sol, o céu fica todo alaranjado.
O azul é a cor do mar e tem gosto de bala de anis. E o mar reflete tantas cores! Às vezes é de um azul profundo, torna-se prateado nas noites de lua cheia, dourado quando o sol está muito forte. As espumas colorem o mar de branco e aí tem “um forte gosto de sal.”
E o vermelho? Esta cor tem sabores variados. Gosto de batom, de pimenta e de frutas deliciosas, como a cereja e o morango. É a cor do sangue que pulsa nas nossas veias.
O amarelo tem o cheiro de banana madura, o gosto lembra o doce de pêssego em calda. Será que Lúcia já ouviu alguém dizer que esta cor era a preferida do pintor Van Gogh? A história não fala sobre isto, mas é bom acrescentar.
Por fim, vem o negro. Esta era a única cor que a menina podia ver. Mas ao lado do negro, vem uma feliz descoberta – ao receber do jardineiro o presente de uma jabuticaba bem madurinha, vem a delícia de saber que esta cor resulta da mistura de todas as cores.
Não poderia concluir este passeio com Lúcia pelo mundo das cores, sem fazer o registro das ilustrações suaves e sugestivas de Denise Nascimento.
Um fato chama a atenção do leitor. Lúcia, a mãe, a avó e os demais personagens da história aparecem sempre com os olhos fechados, só o jardineiro, encarregado de cuidar das flores do jardim, está com os olhos bem abertos.
Quem cuida de flores deve estar com os olhos abertos para não perder os momentos do desabrochar das pétalas. Quem não pode vê-las, deve ter sensibilidade para senti-las através do tato e dos aromas.
IAB é contra o ensino religioso confessional nas escolas públicas
O Instituto dos Advogados Brasileiros afirmou ser contra o ensino religioso confessional nas escolas públicas, previsto no acordo firmado entre a Presidência da República e a Santa Sé, em 2010. A entidade decidiu participar de audiência pública sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, marcada para o dia 15 de junho.
O governo promulgou, por meio do Decreto 7.107/2010, acordo relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil --firmado na Cidade do Vaticano em 2008-- que prevê o ensino religioso nos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
Em sessão ordinária no início do mês, o IAB decidiu apoiar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4439 ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, que propõe ao STF interpretar o decreto à luz da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Em seu artigo 33, a LDB estabeleceu que "o ensino religioso, de matrícula facultativa é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo".
A Procuradoria-Geral da República defende a tese de que a única forma de compatibilizar o caráter laico do Estado com o ensino religioso nas escolas públicas consiste na adoção de modelo não confessional. Para a PGR, a disciplina deve ter se basear na exposição das doutrinas, práticas, história e dimensões sociais das diferentes religiões, incluindo posições não religiosas, sem qualquer tomada de partido por parte dos educadores.
A disciplina deve ser ministrada por professores regulares da rede pública de ensino, e não por "pessoas vinculadas às igrejas ou confissões religiosas", na argumentação apresentada na ADI.
Discussão
A audiência pública foi convocada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, relator do processo. Segundo ele, a complexidade do tema "recomenda a convocação de audiência pública para que sejam ouvidos representantes do sistema público de ensino, de grupos religiosos e não religiosos e outras entidades da sociedade civil, bem como especialistas com reconhecida autoridade no tema".
A audiência pública foi convocada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, relator do processo. Segundo ele, a complexidade do tema "recomenda a convocação de audiência pública para que sejam ouvidos representantes do sistema público de ensino, de grupos religiosos e não religiosos e outras entidades da sociedade civil, bem como especialistas com reconhecida autoridade no tema".
Segundo Barroso, "as questões extrapolam os limites do estritamente jurídico, demandando conhecimento interdisciplinar a respeito de aspectos políticos, religiosos, filosóficos, pedagógicos e administrativos relacionados ao ensino religioso no país".
Entre os pontos a serem discutido estãp as relações entre o princípio da laicidade do Estado e o ensino religioso nas escolas públicas, as posições a respeito dos modelos confessional e não confessional e as diversas confissões religiosas e posições não religiosas. O ministro defende, ainda, a discussão sobre as diferentes experiências dos sistemas estaduais de educação com o ensino religioso. Com informações da Assessoria de Imprensa do IAB.
http://www.conjur.com.br/2015-abr-25/iab-ensino-religioso-confessional-escolas-publicas
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