quarta-feira, 15 de maio de 2013

Xamanismo

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Os xamãs foram os primeiros professores, profetas, contadores de histórias, artistas místicos e investigadores da natureza. Tinham desenvolvidas no mais alto grau as suas capacidades mentais e aplicavam o conhecimento intuitivo animal, que reside em nosso sistema límbico - area primitiva co cérebro conectada com a memória animal, que diz respeito à mente prólógica. Daí o xamã trabalhar com seus animais de poder, que são seres espirituais que lhe protegem e servem, manifestações da sua outra identidade, e que podem ser descobertos por todas as pessoas em seu mundo interno.

Na jornada às outras dimensões os xamãs tem os seus animais como seus cúmplices e as plantas de poder como seus agentes secretos; a percepção aguda dos seus animais auxiliares permite-lhe rastrear a enfermidade do paciente, e o vínculo com os seres vegetais lhe empresta o poder da cura. Para eles só existem os limites da imaginação.

A natureza é a sua grande aliada, e nela todos os seres são vivos e podem agir com finalidade certa. Afinal, almas e espíritos animam todas as coisas do universo por obra do sagrado.

O neófito é o possuidor de uma vocação xamânica, normalmente aflorada em meio a alguma espécie de crise, de prova, que simboliza o seu chamado. A tradição é repleta de histórias que narram o processo de iniciação ritual na arte do xamanismo, sendo muito conhecida a de Carlos Castañeda com seu mestre Dom Juan. O indivíduo com o destino de ser um xamã deve voltar sua sensibilidade para o misticismo, e para isso a realidade se encarrega de defrontá-lo com o sentido profundo da vida. Muitas vezes isso acontece com o surgimento de uma doença, que o futuro xamã conseguirá superar, vivendo o arquétipo junguiano do "curador ferido" - sua morte simbólica para o renascimento em outra consciência.

A entrada no transe que conduz à viagem xamânica exige uma alteração do estado de consciência. Nesse processo, o som, a dança, o canto e os objetos de poder vão criar os estímulos para isso. Com a consciência alterada, o xamã recebe impressões inacessíveis aos sentidos comuns, penetra na dimensão astral, em outros mundos. Esses mundos não são artificiais, mas tão reais quanto o mundo comum; artificiais podem ser os meios para se chegar até eles. A ciência tem estudado a natureza do transe xamânico, constatando a superioridade de certos estados de consciência alterada sobre o estado de consciência comum em que vivemos a maior parte do tempo.

A abordagem holística que caracteriza a cultura aquariana emergente tem conciliado com grande felicidade o terapêutico e o espiritual, o tradicional e o contemporâneo. Muitas técnicas multimilenares do xamanismo estão retornando ao presente, expressando-se na psicologia e em diversas modalidades de terapias alternativas, com a criatividade típica desse conhecimento arcaico. E a criatividade é uma condição essencial para o resgate do nosso ser original, para enfrentarmos - como bons xamãs modernos - a morte ritual do pequeno ego que nos fará renascer inteiros.