segunda-feira, 28 de setembro de 2015

'Intolerância religiosa não tem base bíblica', afirma pastor

Líder religioso convoca evangélicos a combaterem a discriminação
23/09/2015
Por André Vieira
do Rio de Janeiro (RJ)
 
Foto: Stefano Figalo 
O Brasil abriga uma diversidade de religiões e crenças. Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior predominância é a da religião católica, com 64,6% da população (123 milhões). Já os evangélicos aumentaram significativamente seu número de seguidores em 10 anos, passando de 15,4% em 2000 para 22,2% (42,3 milhões) da população brasileira em 2010.
Filho de família evangélica e com influência católica dos avós, Fellipe dos Anjos, de 28 anos, é pastor batista em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Líder religioso há quatro anos, ele destaca que não existe sustentação cristã para a prática de discriminação. “Dentro do universo protestante e evangélico há uma série de discursos que acabam servindo de base para algumas falas de intolerância religiosa. Porém, não existe nenhuma referência bíblica ou da vida de Jesus que dê base a esse discurso de ódio”, argumenta.
AMOR COMBATENDO O ÓDIO
Para combater o ódio, o jovem pastor e sua comunidade evangélica usam o amor como ferramenta transformadora. Eles desenvolvem na cidade projetos de formação para os fiéis de sua igreja. “Precisamos desconstruir essa agenda fundamentalista, intolerante”, acrescenta.
Dos Anjos esteve na mobilização que tentou impedir a destruição da centenária casa onde foi fundada a Umbanda no Brasil, localizada em São Gonçalo. Apesar da luta, eles não conseguiram e o imóvel foi demolido em 2011. “O Jesus que nos revelou a face carinhosa de Deus quer que a gente se ame, se cuide e se proteja. Quer que a gente defenda a justiça, a paz e a alegria no mundo. Faço um pedido para que lutemos para acabar com o ciclo de ódio e que respeitemos as diferenças de nossas religiões”, convoca Fellipe dos Anjos.
CAMINHADA
No Rio de Janeiro, são muitas as religiões que vêm lutando para garantir o respeito e a liberdade das diferentes crenças. Algumas ações ao longo dos anos vêm se consolidando, como é o caso da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que realizou sua oitava edição no último domingo (20) em Copacabana, zona sul do Rio.
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