quinta-feira, 30 de abril de 2015

Mauricio de Sousa lança ‘Meu pequeno evangelho’, livro da Turma da Mônica sobre espiritismo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/religiao/mauricio-de-sousa-lanca-meu-pequeno-evangelho-livro-da-turma-da-monica-sobre-espiritismo-14687392#ixzz3YnSZ4OQB © 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Espírita, primo do pai de Cascão ensina aos personagens a doutrina de Allan Kardec

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quarta-feira, 29 de abril de 2015

A princesa negra

http://pt.slideshare.net/andreaperez1971/a-princesa-negra?related=1


Meninos de todas as cores..." isabel preto

http://pt.slideshare.net/profa2011/menino-de-todas-as-cores?next_slideshow=1

Visite o site vale a pena!!


As cores do mundo de Lúcia

(Neide Medeiros Santos – Crítica literária – FNLIJ/PB)

Saiba que os poetas como os cegos
podem ver na escuridão.
(Edu Lobo/Chico Buarque de Holanda. Choro Bandido)

A temática dos excluídos na literatura infantil vem crescendo nos últimos anos. No Brasil, encontramos muitos livros de literatura infantil que tratam de aspectos ligados àqueles que vivem isolados da sociedade por algum tipo de deficiência ou discriminação. Nos livros para o público infantojuvenil, encontramos assuntos que transitam da marginalidade à intolerância racial, Os livros “Marginal à esquerda”, de Ângela Lago, “Carvoeirinhos” de Roger Mello, “Sapato Alto” de Lygia Bojunga Nunes abordam temas modernos que antes não apareciam na literatura infantil brasileira.
Daniel Munduruku, com muita propriedade, procura redimir a figura do índio; Rogério Andrade Barbosa valoriza a cultura africana com histórias que remontam aos países africanos. Luciana Savaget, com uma série de livros sobre os árabes, traz uma nova visão a respeito de palestinos e árabes.
Da Editora Paulus, recebemos, recentemente, (outubro de 2010), um bonito livro “As cores do mundo de Lúcia”, de Jorge Fernando dos Santos, com ilustrações de Denise Nascimento. Com sutileza, autor e ilustradora retratam o problema da cegueira.
Jorge Fernando dos Santos é mineiro, escritor de livros infantis e autor de peças teatrais. Denise Nascimento é, também, mineira, já ilustrou vários livros infantojuvenis e participou da Feira do Livro de Bolonha (Itália) e da Bienal de Ilustrações, na Eslováquia.
Na história de Lúcia, Jorge Fernando conta e Denise ilustra. O leitor percorre caminhos com a pequena personagem e vai descobrindo pouco a pouco como a menina celebra a vida e se encanta com as coisas simples que estão ao seu redor.
As associações dos sentidos com as cores é a tônica constante do livro. Cada cor tem um simbolismo distinto e a menina aprende a conviver com o mundo da escuridão através dos aromas, do tato, do som.
O branco lhe lembrava o algodão e o sabor “variava da acidez do sal de cozinha ao aroma adocicado das flores da jabuticabeira do jardim de sua casa”. Na época da floração, vinham abelhas com seus zumbidos e surge outra associação – “o som do branco era um zumbido suave e constante”.
E o verde? Está presente nas folhas da roseira, na folha cheirosa da hortelã, no vestido de aniversário presenteado pela avó, por isso o som do verde se assemelha à melodia “Parabéns pra você”.
A laranja é a cor do amanhecer, do canto do galo é a “cor do céu depois que amadurece”. À tardinha, um pouco antes do pôr do sol, o céu fica todo alaranjado.
O azul é a cor do mar e tem gosto de bala de anis. E o mar reflete tantas cores! Às vezes é de um azul profundo, torna-se prateado nas noites de lua cheia, dourado quando o sol está muito forte. As espumas colorem o mar de branco e aí tem “um forte gosto de sal.”
E o vermelho? Esta cor tem sabores variados. Gosto de batom, de pimenta e de frutas deliciosas, como a cereja e o morango. É a cor do sangue que pulsa nas nossas veias.
O amarelo tem o cheiro de banana madura, o gosto lembra o doce de pêssego em calda. Será que Lúcia já ouviu alguém dizer que esta cor era a preferida do pintor Van Gogh? A história não fala sobre isto, mas é bom acrescentar.
Por fim, vem o negro. Esta era a única cor que a menina podia ver. Mas ao lado do negro, vem uma feliz descoberta – ao receber do jardineiro o presente de uma jabuticaba bem madurinha, vem a delícia de saber que esta cor resulta da mistura de todas as cores.
Não poderia concluir este passeio com Lúcia pelo mundo das cores, sem fazer o registro das ilustrações suaves e sugestivas de Denise Nascimento.
Um fato chama a atenção do leitor. Lúcia, a mãe, a avó e os demais personagens da história aparecem sempre com os olhos fechados, só o jardineiro, encarregado de cuidar das flores do jardim, está com os olhos bem abertos.
Quem cuida de flores deve estar com os olhos abertos para não perder os momentos do desabrochar das pétalas. Quem não pode vê-las, deve ter sensibilidade para senti-las através do tato e dos aromas.

IAB é contra o ensino religioso confessional nas escolas públicas

O Instituto dos Advogados Brasileiros afirmou ser contra o ensino religioso confessional nas escolas públicas, previsto no acordo firmado entre a Presidência da República e a Santa Sé, em 2010. A entidade decidiu participar de audiência pública sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, marcada para o dia 15 de junho.
O governo promulgou, por meio do Decreto 7.107/2010, acordo relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil --firmado na Cidade do Vaticano em 2008-- que prevê o ensino religioso nos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
Em sessão ordinária no início do mês, o IAB decidiu apoiar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4439 ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, que propõe ao STF interpretar o decreto à luz da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Em seu artigo 33, a LDB estabeleceu que "o ensino religioso, de matrícula facultativa é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo".
A Procuradoria-Geral da República defende a tese de que a única forma de compatibilizar o caráter laico do Estado com o ensino religioso nas escolas públicas consiste na adoção de modelo não confessional. Para a PGR, a disciplina deve ter se basear na exposição das doutrinas, práticas, história e dimensões sociais das diferentes religiões, incluindo posições não religiosas, sem qualquer tomada de partido por parte dos educadores.
A disciplina deve ser ministrada por professores regulares da rede pública de ensino, e não por "pessoas vinculadas às igrejas ou confissões religiosas", na argumentação apresentada na ADI.
Discussão
A audiência pública foi convocada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, relator do processo. Segundo ele, a complexidade do tema "recomenda a convocação de audiência pública para que sejam ouvidos representantes do sistema público de ensino, de grupos religiosos e não religiosos e outras entidades da sociedade civil, bem como especialistas com reconhecida autoridade no tema".
Segundo Barroso, "as questões extrapolam os limites do estritamente jurídico, demandando conhecimento interdisciplinar a respeito de aspectos políticos, religiosos, filosóficos, pedagógicos e administrativos relacionados ao ensino religioso no país".
Entre os pontos a serem discutido estãp as relações entre o princípio da laicidade do Estado e o ensino religioso nas escolas públicas, as posições a respeito dos modelos confessional e não confessional e as diversas confissões religiosas e posições não religiosas. O ministro defende, ainda, a discussão sobre as diferentes experiências dos sistemas estaduais de educação com o ensino religioso. Com informações da Assessoria de Imprensa do IAB.
http://www.conjur.com.br/2015-abr-25/iab-ensino-religioso-confessional-escolas-publicas

domingo, 26 de abril de 2015

Entrevista com Lia Kohrs - dançarina de Odissi

Entrevista com Lia Kohrs - dançarina de Odissi



        Após alguns meses de visita ao Brasil, Lia retornou à India para mais um ano inteiro de estudos.  Antes de partir, compartilhou conosco sua sabedoria e doçura.


Onde você nasceu e se criou? 
Nasci no Japão e lá me criei, na cidade de Tokyo.


O que a atraiu para a cultura Indiana?
Não consegui até hoje encontrar uma “razão” propriamente dita, acredito até que na minha vida passada nasci indiana, tão forte é o vínculo que sinto com a cultura.

Quando começou a aprender Odissi? E por que escolheu este estilo dentre os Clássicos de Dança Indiana?
Em 2009.  A tradicional arte marcial indiana, “Kalarippayat” me inspirou para este estilo de dança.
Antes treinei Bharata Natyam por seis anos; no Japão por dois anos, seguidos de dois na Alemanha e dois na India.
Estive em Rishkesh no ano de 1998 por seis meses praticando Yoga todos os dias.  Ao retornar para o Japão encontrei um professor de Yoga somente satisfatório, o que me fez com que  procurasse um contato maior com a cultura Indiana.
Foi em 1999 que comecei a treinar a dança no estilo Bharata Natyam que é  significativo em Tokyo.
Quando na India, estudei também “Kalamkari”, pintura tradicional de Andhra Pradesh assim como o instrumento clássico “Pakhawaj” em Chennai.


Por favor fale-nos  sobre o estilo Odissi; sua complexidade, história e principais características.
È uma arte com base no tratado de ‘Natya Shastra’, os conceitos de Odissi não diferem do Bharata Natyam mas culturalmente pode-se dizer que sim,  são diferentes.  Se compararmos as duas regiões  que emergiram estes estilos por exemplo, vemos que em Karnataka e Tamil Nadu, berços do Bharata Natyam as pessoas parecem ser mais rajásicas, expressam mais facilmente seus sentimentos e desconfortos, enquanto que em Orissa, berço do Odissi é facil perceber reações  opostas. A dança reflete isso. Pessoalmente, por ter vindo de uma cultura reservada como é a japonesa, encontrei o equivalente no Odissi, optando por deixar de treinar Bharata Natyam.
No Universo do Bharata Natyam tivemos Rukmini Devi, fundadora de Kalakshetra, responsável desde a década de trinta e quarenta por preservar a dança que havia se perdido e trazê-la  à modernidade sem perder seus fundamentos tradicionais. Infelizmente no Odissi não temos alguém deste porte. Este estilo pode se perder ao longo dos séculos. È preciso que os dançarinos comprometidos façam de tudo para preservá-lo na sua forma mais pura.
Quanto a suas  características, seu treinamento  baseia-se nas posições ‘Chowk’ e ‘Tribhanga’; 10 exercícios  em cada posição. Os aspectos ‘Tandava’ e ‘Lasya’ – masculino e feminino, respectivamente – devem ser combinados, em harmonia. Cada uma das posturas em Odissi é como uma estátua de Deus num templo, o reflexo do Divino.


Quem são seus gurus? E qual o estilo de Odissi que aprende?
Judhistir Nayak, Lingaraj Suwain e Bichitrananda Swain.
Treino o estilo Kelucharan Mahapatra. 

Você está frequentemente viajando à India para aprimorar seu aprendizado.  Ao seu ver, quais seriam as diferenças  entre a dança clássica apresentada  na India em comparação com a dança que você viu fora da India?
Sinto que dentro da India os mestres sentem-se mais pressionados e experienciam  pouca flexibilidade até para tentar um estilo diferente do qual escolheram aprimorar-se.
Já fora da India, lembrando especialmente meu contato com mestres na Alemanha, eles sentem-se mais relaxados, de um jeito divertido.
A dança, sem dúvida acaba refletindo isso.


O que mais a atrai na forma tradicional de aprendizado ? 
Os mestres são muito pacientes para demonstrar os movimentos e o fazem muitas vezes. E como estes movimentos são únicos e  devem ser executados daquela forma em particular o aluno se sente confortável e seguro para aprender.
A tradição deve ser respeitada até na forma de nos prepararmos para a aula. Tive uma mestre de Bharata Natyam  que dizia que a forma como o aluno chega para a aula, vestido em seu sári é a forma como tem a dança dentro de si mesmo.  Se o veste bem, com respeito, assim é sua prática.


Conte-nos alguns dos momentos mais memoráveis que vivenciou na India.
Relacionado a dança diria que foi no aprendizado de ’abhinaya’, o momento teatral da dança, sua expressão devocional. O dançarino  por expressar uma Arte visual,  naturalmente se preocupa como sua imagem chega ao olho do espectador, ele quer aparecer bem.  Minha Guru enfatizava que o dançarino deve ouvir seu coração, representar  sem se importar em absoluto com sua própria aparência. Este aprendizado foi muito difícil, mas essencial.
Em relação a vida na India, nunca carrego relógio. Nem agora, estou com um! Há sempre alguém dentro de mim avisando-me do tempo. Houve um episódio em Tirunammavalai que um motorista do riquixá, preocupado com minha perda do ônibus o perseguiu até que este parasse para que pudesse embarcar!



Quais são seus planos para o futuro? Planeja começar uma escola de dança em seu país?
Tenho como missão disseminar a tradição Indiana.

Quais são os pré-requisitos para alguém que queira adentrar-se na tradição da Dança Indiana?
Aprender seus ritmos, como também  tocar os instrumentos clássicos  e  cantar.
Acima de tudo: dedicação, incondicionalmente.

Onde se leva a dança clássica? Para qual platéia?
Ao meu ver, a platéia não importa. O dançarino faz para Deus e Ele estará onde você estiver.



Tradução e Revisão: Ana Cláudia Silvestre
http://dancaindianabrasil.blogspot.com.br/2011/11/entrevista-com-lia-kohrs-dancarina-de.html

sábado, 25 de abril de 2015

Informativo nº 36 com textos e atividades. Segue o link para que possam fazer download deste informativo:

O Encontro com professores de Ensino Religioso do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental que aconteceu no dia 15/04 no auditório da Federação Espírita do Paraná teve como tema central o RESPEITO À DIVERSIDADE RELIGIOSA X (IN)TOLERÂNCIA, apresentou o Informativo nº 36 com textos e atividades.
Segue o link para que possam fazer download deste informativo:

O Candomblé na música Brasileira

O Candomblé na música Brasileira

Publicado há 4 horas - em 25 de abril de 2015 » Atualizado às 16:31 
Categoria » Patrimônio Cultural
A-música-no-Candomblé-pode-ser-apreciada-como-um-meio-para-se-relacionar-com-as-divindades.-Foto-Reprodução-
O Candomblé, a macumba e o estereótipo
por Roberto Rutigliano Do Afreaka
É normal no Brasil, por desinformação ou difusão de informações estereotipadas, muita gente associar o Candomblé com bruxaria ou com oportunistas que prometem milagres em troca de dinheiro. Ou ainda confundirem a cultura negra com superstição ou ideias maléficas. No entanto, esta religião conectada ao universo africano é fruto de uma forte ancestralidade que a qualifica como um conjunto de ideias, mitos, música, dança, roupas e oferendas que existem desde os primórdios da humanidade, merecendo reconhecimento e respeito por sua história e tradição.
Na realidade, o Candomblé se trata de uma serie de cultos e rituais provenientes de diferentes regiões da África que se reuniram na América (Haiti, Cuba, EUA, Brasil) como algo único, fruto do isolamento provocado pela processo de escravidão. As influências do Candomblé no Brasil, no entanto, vão além do domínio religioso e social, atingindo uma das mais fortes tradições culturais brasileiras: a música.
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As cerimônias, sempre animadas, prezam por uma minuciosa formação instrumental que é composta por uma série de instrumentos, como o agogô. (Foto – Divulgação)
A música no Candomblé pode ser apreciada como um meio para se relacionar com as divindades. Sendo considerada uma linguagem privilegiada no diálogo dos Orixás, em que o toque pode ser entendido como um chamado ou uma prece. Não se trata de um entretenimento ou expressão estética, mas um fenômeno que vincula o músico (chamado de Ogã) com o mundo transcendente.
As cerimônias, sempre animadas, prezam por uma minuciosa formação instrumental que é composta por uma série de instrumentos: o agogô (de uma boca ou duas) chamado Gã, o Xequerê, chamado de Abê, e três atabaques de diferentes tamanhos. Os músicos no Candomblé recebem o nome de Ogâ, o músico mais experiente, chamado de Ogã Alabê, toca o Run, o tambor maior, que é o tambor solista que comanda todo o grupo musical; e mais dois  Ogãs, que tocam o rumpi e o lê, dois tambores menores.
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Nascido em Buenos Aires e naturalizado brasileiro, Carybé foi um pintor reconhecido por trabalhos voltados para a cultura afro-brasileira, retratando seus ritos e orixás
São utilizados ainda outros instrumentos que, mesmo não fazendo parte da “orquestra”, têm funções específicas, como o caso do Adjá, um sino varia entre uma a sete bocas (campânulas), cuja principal atribuição é provocar o transe quando agitado sobre a cabeça daqueles que recebem o santo.
Ao contrário do que temos na cultura ocidental, onde os sons graves não ficam na frente, no Candomblé os graves assumem o papel de protagonista. As frases tocadas pelo Run (tambor solista) não são improvisos, mas estão em consonância com os movimentos do Orixá que recebem as pessoas. Assim, com seus ritmos característicos, cada Orixá expressa suas particularidades seja na linguagem musical quanto na gestual.
A educação dos novos Ogãs se dá como em outros grupos sociais, como os ciganos, por exemplo. O aprendizado tem início ainda infância e de maneira natural, o que estreita os laços entre o aprendiz e o conhecimento. Nei de Oxóssi e seu pai, seu Erenilton, da Casa de Oxumarê, na Bahia, considerado hoje um dos maiores Ogãs do Brasil, são demonstrações práticas de como a riqueza de uma cultura pode ser transmitida de geração em geração.
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Nos terreiros de candomblé, os três atabaques utilizados são chamados de rum, rumpi e le. (Foto – Wikipedia) 
Nei conta que o pai o ensinou desde criança com grande rigor, sem permissão para erros de toque ou cantiga. A rigidez, no entanto, é essencial na metodologia do aprendizado do Ogã uma vez que o fraseado do solista deve dialogar com o gestual do santo incorporado em uma pessoa, exigindo que o músico conheça detalhadamente todas as “coreografias” e os diálogos que se estabelecem entre música e movimento. A formação assim se transforma não apenas em ensinamentos mas também em uma espécie de biblioteca transmitida de geração em geração de modo oral.
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O Xequerê também é parte importante da cerimônia. (Foto – Wikipédia)
Influência nos ritmos brasileiros
Respeitada nos quatro cantos do mundo, a música brasileira recebeu fortes vibrações, diretas e indiretas, do Candomblé, que influenciou desde grupos musicais contemporâneos até manifestações culturais tradicionais que articulam música e dança. No Recife, por exemplo, a maioria dos que participam dos grupos musicais como os brincantes de Maracatu e Cavalo Marinho, estilos afro-brasileiros, praticam o Candomblé. O mesmo acontece com membros de grupos de Jongo, Folia de Rei, Bumba Meu Boi, ritmos africanos que não se relacionam diretamente com o Candomblé, mas pela presença destas pessoas em terreiros, acabam se misturando por meio de fraseados e interpretações.
Também temos a herança direta na nossa música, que pode ser percebida em frases geradas pelo agogô no ritmo Cabula, antecedentes diretos do tamborim, presente no Samba de Roda da Bahia e do Rio de Janeiro. Temos ainda os toques do ritmo Iilú, base da caixa da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Outro ritmo fundamental da música feita no Brasil é o Afoxé, produto 100% nacional, que uniu terreiros de diferentes etnias, como o Ketu, Angola e Jeje, e que foi incorporado à MPB por compositores como Gilberto Gil, Caetano Veloso e João Donato.
Uma das grandes homenagens prestadas ao Candomblé por membros da MPB é o disco Afro-sambas, fruto de parceria entre o violonista Baden Powell e o poeta Vinicuis de Moraes, músico que sempre se apresentou como o “o branco mais preto do Brasil”. O álbum, sucesso de crítica, condensou em canções como Canto de Ossanha e Lamento de Exú, todos os principais elementos do Candomblé. Clara Nunes, Pixinguinha, Dorival Caymmi e Maria Bethânia são outros bambas da música que cantaram os ritmos da religião.
Seja na música ou no culto aos Orixás, o Candomblé se caracteriza pela complexidade, entre os inúmeros ritmos que fazem parte deste universo. Nesse contexto, vale destacar ainda o ritmo Alujá, não incorporado à música popular brasileira, mas que com seu swing provoca todo um movimento interpretativo na dicção das semicolcheias, base de todos os ritmos brasileiros e cubanos, que quando interpretadas com este outro sentimento provocam uma espécie de superposição que permite uma pronúncia muito mais swingada.
A influência do Candomblé ultrapassa as fronteira nacionais. No mundo existem diversos músicos, como Chucho Valdés, que misturam elementos do Candomblé de Cuba com o jazz, consolidando uma espécie de afro-jazz. No Brasil ainda não temos tantos exemplos dessa mistura, contudo não se pode deixar de mencionar a Rumpi Less orquestra, que também se inspira nos ritmos da religião.
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O Candomblé se faz presente também no Jongo. (Foto – Wikipédia)
A riqueza do Candomblé repousa na variedade da suas fontes. Na realidade, é uma junção de culturas vindas de varias partes da Africa, também nas suas manifestações ocorridas na América , nas culturas brasileira, cubana e argentina , por exemplo e na multiplicidade da suas formações intrumentais  que formam um verdadeiro  arsenal tímbrico e musical que nos prova a riqueza deste imenso tesouro.
Para manter viva essa identidade cultural do Brasil é preciso aumentar o incentivo do estudo e valorização da tradição, os equiparando a quaisquer outros movimentos históricos ensinados e dinfundidos nas escolas e universidades brasileiras.



Leia a matéria completa em: O Candomblé na música Brasileira - Geledés 
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