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Mapa das Expressões Religiosas Afro-brasileiras
Os Candomblés de Orixás, Inquices ou Voduns, formaram um grande complexo cultural que representou a resistência dos povos africanos e, posteriormente, dos afro-brasileiros diante da repressão aos seus costumes durante o período da escravidão. A religião se fortaleceu entre os séculos XIX e XX, evidenciada primeiramente pelos grupos que se formaram na Bahia, mas também representativa pelas suas variações regionais que surgiam: Candomblé de Xangô (Pernambuco), Tambor de Mina (Maranhão) e Batuque (Rio Grande do Sul).
Não foi fácil a prática dessas religiões, mesmo depois da abolição da escravidão, muitas vezes os adeptos eram perseguidos e muitos terreiros foram até invadidos pela polícia. Assim, era indispensável para os africanos e afro-brasileiros se dizerem católicos e se comportarem como tais, principalmente para não sofrerem com o preconceito e a opressão de sua cultura pelo homem branco e colonizador.
Com o fim da Monarquia e o surgimento da República, em 1889, o catolicismo deixa de ser a religião oficial, no entanto, o medo e o preconceito persistiam fazendo os afro-brasileiros continuarem se afirmando católicos. Comportamento que se reflete até os dias de hoje, pois segundo o Censo de 2000, apenas 0,3% da população declarou-se pertencente a alguma religião afro-brasileira. Um dos exemplos é que muitos praticantes de afirmam espíritas, quando na verdade são candomblecistas, diminuindo então as estáticas das religiões de matriz africana. Outras pesquisas mais específicas apontaram números muito maiores de adeptos pelo país. Assim também, surgem campanhas para estimular as pessoas a se auto-afirmarem em sua religião, combatendo o preconceito e a intolerância religiosa. Outra questão importante é que o brasileiro já assimilou muitas práticas dessas religiões sem, no entanto participar efetivamente delas, seja pelas práticas de benzedeiras, pelo uso de chás e plantas medicinais ou pela prática de banhos para descarrego espiritual. Assim, não se pode desconsiderar a importância dessas religiões na formação dos costumes e práticas culturais brasileiras.
Já no início do século XX, surgia uma religião que agregava tanto as práticas e crenças afro-descendentes com as crenças do homem branco, chegando até a englobar e atender a classe média brasileira que se formava. A Umbanda, de surgimento expressivo no Rio de Janeiro, nasceu da síntese dos candomblés Congo-Angola (Banto) trazidos da Bahia, com ritos indígenas, o espiritismo kardecista e o catolicismo popular. Rapidamente se espalhou por todo o país e teve aceitação um pouco maior pela sociedade, pois de caráter distinto do Candomblé não era apenas um culto de oferenda e louvação as entidades, mas também de atendimento ao fiel, com suas entidades que conversam com os freqüentadores e trazem solução aos seus problemas. Permitia também ao não-devoto a possibilidade de encontrar resolução para algo não resolvido por outros meios, sem maiores envolvimentos com a religião. Rapidamente se popularizou pelas consultas a caboclos e pretos-velhos que auxiliam, principalmente, na resolução de problemas de saúde.
Não deixe de ver também, Eixo VII: Religiosidades Afro-brasileiras
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